Oremus pro Pontifice nostro Benedicto

V. Oremus pro Pontifice nostro Benedicto

R. Dominus conservet eum, et vivicet eum, et beatum faciat eum in terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius.

V. Tu es Petrus,

R. Et super hac petram aedificabo Ecclesiam meam.

Oremus. Deus, omnium fidelium pastor et rector, famulum tuum Benedictum, quem pastorem, Ecclesiae tuae praeesse voluist, propicitius respice: da ei, quaesumus, verbo et exemplo, quibus praeest, proficere: ut ad vitam, una cum grege sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum, Dominum nostrum. Amen.

Não sou chegado a carnaval. Na verdade, não me recordo se um dia já fui atraído por ele, a não ser quando torcia para que a Estação Primeira de Mangueira fosse campeã do carnaval carioca, despretensiosamente. Como falta apreço pela folia de momo, preferi ir no HR e adiantar umas horas do estágio curricular. Salvo a tranquilidade anormal da Agamenon Magalhães no início de uma manhã em plena segunda-feira, tudo transcorria com naturalidade. Cheguei ao setor e iniciei minhas atividades, como de costume. Lá pras tantas, meu celular tocou. Até aí, nada de estranho, mas logo fiquei com uma "pulga atrás da orelha" ao ver no display que era minha mãe. Ora, havia a pouco saído de casa e ela não costuma ligar para mim quando estou no estágio. Ao atender a ligação pensava que algum problema teria ocorrido, ao passo que quase tive um infarto quando suas primeiras palavras foram: "o Papa Bento XVI..."; esperei terrivelmente pela conclusão da frase. É incrível como, quando aflitos, centésimos de segundo parecem durar uma eternidade, tempo mais que suficiente para imaginar os mais diversos acontecimentos, infelizmente, na maioria desagradáveis. Confesso que pensei termos perdido o Santo Padre.  Maior foi minha surpresa ao saber que se tratava de um inesperado pedido de renúncia ao Pontificado. Nem recordava qual tinha sido a última vez que situação semelhante ocorrera.

Passado o susto, senti um imenso aperto no coração, um sentimento de perda, como se tivesse perdido um ente querido. Acho que foi a primeira vez que tive aquela sensação, uma sensação de perda por alguém que não se foi. Na verdade, creio que em parte minha preocupação era pelo futuro da Igreja, lamentava a sua ausência na Jornada Mundial da Juventude e tantas outras consequências de sua recusa em persistir. Mas era aos poucos obrigado a colocar-me em seu lugar, a ver que não é fácil para alguém de oitenta e cinco anos continuar à frente da Barca de Pedro, recebendo os vários golpes, inclusive internos (como quando teve sua correspondência violada e depois publicada por seu antigo mordomo), continuamente desferidos. Mas meu egoísmo ainda falava alto e, lá no fundo, meu coração dizia: pai, não se vá, fique conosco!

Já à noite, em casa e mais tranquilo, pude assimilar melhor toda aquela novidade. Tive de ceder à realidade dos fatos expostos, mas fui obrigado a buscar nos meus irmãos da Fé alento para este momento de dificuldade. Graças ao Bom Deus pude ver que muitos, particularmente jovens, encontravam-se na mesma situação que eu, mas que juntos, em oração, entregavam ao Bom Deus o Santo Padre e confiantes esperavam do Senhor seu amparo providencial. E isso me fez ver o óbvio: se foi a Divina Providência que o colocou na Cátedra de Pedro, a mesma Providência socorrerá a Igreja neste momento. Em outros momentos da História, a Igreja teve de conviver tempos, até mesmo anos, sem Pontífice. Da mesma forma, poderemos passar alguns dias, possivelmente semanas, com a Sé Apostólica vacante. Todavia, se nos faltou e ainda nos faltará temporariamente o Papa, em todos os momentos da História da Igreja nunca nos faltou o mais importante, o indispensável à sua Vida, a assistência ininterrupta do Senhor. E é o mesmo Espírito Santo que continuará a dirigir sua Igreja militante para que, no findar dos tempos atuais, toda ela se apresente gloriosamente ao seu Amado Esposo, Nosso Senhor Jesus Cristo, quando Ele vier.

Por ora, resta-nos interceder a Deus pelo Santo Padre Bento XVI e pelo novo Pontífice, que daqui a semanas será proclamado. Suplicarmos ao Senhor para que seu servo, que em breve será encarregado de tão grande missão, seja fiel aos preceitos de seu Filho e que cumpra o divino mandato de confirmar seus irmãos: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 17). Que a Bem Aventurada e sempre virgem Maria interceda pela Igreja de Cristo.

Viva o Papa! Salve Maria!