terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um Santo e Feliz Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo!


"Porque para nós nasceu um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor há de realizar essas coisas" (Is 9, 5-6).


Salve Maria!

Inicio a presente postagem com um trecho do Livro do profeta Isaías, que fala sobre a vinda e reinado daquele que, prometido por Deus, viria estar entre nós a fim de realizar a Salvação, dada gratuitamente a todos os homens. No mesmo momento do citado livro, o sagrado autor fala sobre o surgimento de uma  luz que surgiu nas trevas, que passou a iluminar aqueles que até então andavam nas "sombras da morte" (Is 9, 1).

Numa interpretação semelhante àquela apresentada pelo Profeta, São João, no prólogo de seu Evangelho, o qual é lido solenemente no dia de hoje, Natal do Senhor, fala sobre o poder Criador de Deus e o mistério da Encarnação do Verbo Divino, relacionando-O à Luz que "brilha nas trevas" e que não pode ser dominada por elas (Jo 1, 5). Com grande inspiração e com uma demostração teológica exuberante, o Evangelista lança de um modo direto e visível a realidade da condição messiânica que realizou Jesus Cristo. Todavia, a despeito do que se poderia supor, diante de séculos à Espera do Cristo, somos de pronto alertados: "A Palavra (o Verbo) estava no mundo - e o mundo foi feito por meio dela - mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram" (Jo 1, 10-11).

De fato, ao relembrarmos a leitura evangélica de ontem, véspera de Natal, São Lucas, narrando os fatos que ocorreram no contexto do nascimento do Senhor, revelando o desinteresse dos habitantes de Belém em acolher o Messias. Diante da aspereza dos homens, a única opção que restara era um pequeno e pobre estábulo onde viria a nascer o Redentor. Diferentemente do que há tanto se esperava, ao invés de um berço ricamente ornado, uma humilde manjedoura; ao contrário de vestes finas, condizentes com sua realeza, algumas poucas faixas; da presença de príncipes, princesas e outros membros da nobreza,  apenas seus pais, humildes pastores e animais que ali se encontravam o acompanhavam naquele cenário.

Contudo, não muito distante daquela realidade, estamos nós, hoje. Após séculos de ensinamentos dos Pais da Igreja, do testemunho dos Mártires e dos edificantes exemplos dos Santos, continuamos não enxergando a presença de Cristo no nosso meio. Ora na Igreja, ora nos Sacramentos ou ainda no irmão desemparado, continuamos relegando Jesus a planos muitíssimo inferiores àquele que por direito deveria ocupar. Em outras palavras, nos dias atuais acabamos agindo semelhantemente aos então "conterrâneos do Senhor". Continuamos fechando nossos olhos à Eterna Palavra que se faz carne e habita no nosso meio.

Que possamos abandonar essa cegueira e contemplar a glória que o Filho Unigênito recebeu de seu Pai, cheio de Graça e Verdade (Jo 1,14). Que possamos ter a felicidade de viver o Natal, não de comemorá-lo com um aniversário, como fazemos com nossas datas de nascimento. O Natal não é uma data que vivemos momentaneamente e depois a jogamos na gaveta do tempo, esperando chegar o próximo ano para a catarmos em meio a tantas coisas inúteis que lá amontoamos. O Natal é uma realidade contínua, um desejo perpétuo de mudança de vida que, pautado no esforço de viver de modo mais perfeito aquilo proposto no Evangelho, faz com que Cristo nasça espiritualmente em nós e nos prepara para a Glória infinita, que deve acontecer após nossa Páscoa.

A Você, meu/minha irmão/irmã, desejo um Santo e Feliz Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo!

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