Salve Maria!
Este ano, que
está prestes a ser concluído, marca um importantíssimo momento para a Igreja e,
de modo particular, para todos os movimentos marianos presentes em seu seio. O
motivo para isso, evidentemente, são as comemorações em razão dos 300 anos do
Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, escrito pelo sacerdote
francês São Luiz Maria Grignion de Montfort (1673-1716). Seria um crime se eu
deixasse que esse tempo passasse sem tecer um comentário, por menor que seja a
respeito dessa obra-prima.
O presente
Tratado é fruto de uma inspiração divina incontestável, de um incomensurável
amor filial por Maria, de um imenso zelo pela salvação das almas e de uma
pesquisa minuciosa, que levaram o Santo de Montfort a escrever um dos livros
mais importantes do campo devocional da Mariologia, e uma das obras mais lidas
do mundo sobre a Virgem Maria.
Com um amor
ardente, notado desde as primeiras páginas de tal extraordinária dessa
literatura, São Luiz Maria se esforça por demonstrar a excelência dessa devoção
no fiel seguimento de Jesus Cristo. Para isso, inicialmente se debruça em
revelar o papel importantíssimo que a Santíssima Virgem desempenhou e ainda
desempenha no cumprimento dos planos da Augusta Trindade. Expõe a realidade
indissociável da união de Deus e de sua Serva diletíssima. O Eterno Pai faz
dela seu celeiro precioso, onde deposita todas as suas maravilhas, suas
riquezas, seus tesouros, encerrando, por fim, neste Paraíso Terrestre o seu
próprio Filho. O Verbo a fez dispensadora de seus infinitos méritos; vivendo,
obedecendo e compartilhando com ela, de modo intenso, seus trinta primeiros
anos, tempo que precederia sua vida pública. O Espírito Santo exerceu nela o exercício
de sua fecundidade, gerando em seu ventre o Verbo Divino que se fazia, então,
carne.
Nesta
maravilhosa obra, São Luiz prova que a verdadeira Devoção à Virgem Maria é um
meio excelentíssimo de viver de modo efetivo as promessas do Batismo. Para
fazer-nos enxergar a realidade que está nos apresentando, ele aponta a
distinção entre a genuína entrega, essa real escravidão de amor, a Jesus por
Maria daquelas falsas devoções, infelizmente tão praticadas.
Tão fascinante é
a demonstração feita, e tamanhos são os frutos provenientes da Devoção proposta
pelo Santo de Montfort, que vários santos utilizaram seus ensinamentos para
trilhar, do modo mais fiel possível, os caminhos de Nosso Senhor. Um dos exemplos
mais evidentes desse entrega total foi aquele presente na vida do Beato João
Paulo II, que adotou como lema de seu pontificado o Totus tuus (“Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt” – em português:
“Sou todo teu, e tudo o que é meu é teu). Todavia, outras tantas são as almas “anônimas”
que avançam na busca da perfeição, utilizando esse meio seguro de chegar ao
Coração de Jesus.
Para encerrar
este brevíssimo comentário acerca de tão providencial escrito, recomendo a
todas as almas que desejam estreitar sua relação com o Senhor, de modo a
caminhar de modo mais perfeito em direção à Santidade, que adquiram esse
verdadeiro manual de autenticidade cristã, a fim de descobrirem o verdadeiro
tesouro oculto na Devoção à Santíssima Virgem.
0 comentários:
Postar um comentário