domingo, 27 de maio de 2012

Vinde, Espírito Santo!



"Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis,
E acendei neles o fogo do vosso Amor.
Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.
E renovareis a face da terra."

Salve Maria!

Cinquenta dias passados após a Ressurreição do Senhor, chegamos a grande festa do Pentecostes, momento em que revivemos o dia em que o Paráclito veio sobre os discípulos que estavam reunidos em Jerusalém, conforme havia prometido Jesus: "Mas o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito" (Jo 14,26).

Originalmente, o Pentecostes correspondia a festa da colheita, oportunidade em que os judeus vindos de várias partes da Terra ofereciam ao Senhor as primícias (os primeiros frutos) de seu trabalho, em agradecimento. Era um dia em que Jerusalém ficava abarrotada de gente, pessoas de várias etnias, costumes e línguas. É exatamente nesse momento que o Senhor decide enviar seu Espírito, a fim de nortear aqueles primeiros cristãos no verdadeiro segmento da fé e fazer com que a Igreja surgente viva o verdadeiro tempo da Graça.

A vinda do Espírito Santo impele os discípulos à prática de uma fé heróica e faz com que a Igreja experimente, desde o início, sua assistência nas questões doutrinárias (dogmáticas) como forma segura de renunciar os erros emergentes das diversas heresias, assegurando à Esposa de Cristo sua infalibilidade magisterial.

De fato, é o Espírito de Deus a alma da Igreja, que a confere dignidade e santidade incontestáveis, mesmo sendo ela formada por homens errantes. É o Divino Paráclito que nos faz conhecer a verdade que liberta e, sendo infuso em nossos corações pelo nosso Batismo e renovado pelo Crisma, é responsável por todas as nossas boas obras, assemelhando-as àquelas praticadas pelo Cristo. Sem a ação do Dulcíssimo Espírito, não há verdadeira caridade, e, sem caridade, não há produção de frutos. Em outras palavras, sem Ele "nada podemos fazer" (Jo 15,5).

É por esse motivo óbvio que vários santos e santas, em suas diversas obras e reflexões, enalteciam a assistência augusta do Divino Espírito na busca pela santidade. São João da Cruz, santo fundador do Carmelo Descalço, costumava chama-Lo "Chama de Amor Viva", como expõem amorosamente seus versos:

"Oh! Chama de Amor Viva,
Que ternamente feres
De minh'alma no mais profundo centro!
Pois não és mais esquiva,
Acaba, já, se queres,
Ah! Rompe a tela deste doce encontro."

Tal servo de Deus, no ápice de sua contemplação, suplicante pedia ao Doce Senhor, o qual queimava amorosamente seu coração, assim como, em línguas de fogo, incendiou aqueles que se encontravam em Jerusalém no Pentecostes, que o permitisse morrer de amor. Era essa a sensação que tinha, que iria romper-se de amor. Uma santa entrega total de si, na tentativa de se lançar sem volta nas áureas chamas do Amor Divino.

Hoje, com toda a Santa Igreja, suplicamos: Vinde, Espírito Santo, Adorável Criador, e renovai a face da Terra, cada vez mais distante de Deus! Fazei-a experimentar da Divina Misericórdia de Cristo e que os homens, como outrora em Pentecostes, anunciem, em todas as línguas faladas no mundo, as maravilhas do Amor Redentor!

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