sábado, 7 de abril de 2012

À espera do Senhor


Nos encontramos após o dia mais marcante da obra redentora de Jesus, dia em que se entregou a si mesmo em obediência à vontade do Pai e por amor a nós, por meio de sua generosa Paixão. A cruz vazia nos lembra o triste cenário de ontem: de um homem esmagado pela dor e transpassado por nossos crimes; alguém totalmente consumido e aniquilado por amor.

Ontem chorávamos aos pés da cruz os nossos pecados como causadores da morte de Nosso Salvador, hoje nos colocamos esperançosos diante de seu santo túmulo na certeza de que o Autor da Vida não poderá ser derrotado pela morte: "O Pai me ama, porque dou a vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai" (Jo 10, 17-18). De fato, Aquele que havia ressuscitado seu amigo Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim não poderia ser vencido pela morte.

Mas aquele sábado foi um dos momentos mais críticos para a Igreja, isso porque todos achavam que tudo havia acabado. O Senhor que antes andava pelos povoados pregando o Reino Deus, ensinava nas sinagogas, falava por meio de parábolas e operava milagres diante dos olhos de todos agora estava morto. A esperança havia acabado. Todos os seus discípulos estavam desolados com aquela vida que agora acabara; todos, exceto uma pessoa: a Virgem Santíssima.

Na anunciação, o Bom Deus, através de seu arcanjo Gabriel, havia dito sobre Jesus: "Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim" (Lc 1, 32-33). Diante da situação do Senhor morto, parecia que todas essas promessas haviam caído por terra, mas não para Maria. A Virgem Santíssima nunca duvidou daquilo que Deus prometera, como disse Isabel: "Bem aventurada és tu que crêste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!" (Lc 1, 45).

Que neste sábado, no qual se encontra o mundo cada vez mais descrente de Deus, possamos acreditar com a Virgem Maria que, por mais espessas e escuras que sejam as nuvens presentes no céu da nossa triste realidade, um Sol de Amor está pronto a surgir e dissipar as trevas do tempo.


"Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!"

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